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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2014

Grãos!

Quero dar-te a coisa mais pequenina que houver bago de arroz grão de areia semente de linho suspiro de pássaro pedra de sal som de regato a coisa mais pequena do mundo a sombra do meu nome o peso do meu coração na tua pele. Rosa Lobato de Faria

Revista Bula

Gosto de Lisboa!

Uma cidade branca cs

excitação biológica, pp.039 de 533

"Quantas Línguas existem? As suficientes para não as conseguirmos contar. E em cada uma delas se pensa. Mais: em cada uma delas se pensa como em nenhum sítio, neste caso, como em nenhuma Língua. Nesse sentido, a questão da tradução pode ser vista num âmbito mais físico, mais biológico, como na abordagem de Nietzsche: O que é mais difícil de traduzir de uma língua para outra é o ritmo do seu estilo, (...) ou, para me exprimir mais fisiologicamente, o ritmo médio do seu "metabolismo". Cada Língua é um percurso de excitações biológicas; no entanto, mais do que se pensar - visão perigosa - em organismos que determinam certas Línguas, devemos pensar no inverso: a Língua, a forma como as palavras se dizem, determina o matabolismo. Uma palavra dita resulta e é resultado de um esforço fisiológico, esforço aperfeiçoado geração após geração, sendo que agora a sua dificuldade não se nota. É importante assinalar que se investiga -quando se investigam ideias - nu

Nina Simone - Everything Must Change

Written by Benard Ighner (1978)  Everything must change Nothing stays the same Everyone will change No one, no one stays the same The young become the old And mysteries do unfold For that's the way of time No one, and nothing goes unchanged There are not many things in life one can be sure of Except rain comes from the clouds Sun lights up the sky Hummingbirds fly Winter turns to spring A wounded heart will heal Oh but never much too soon No one, and nothing goes unchanged The young become the old And mysteries do unfold For that's the way of time No one, and nothing stays unchanged There are not many things in life one can be sure of Except rain comes from the clouds Sun lights up the sky Hummingbirds fly Rain comes from the clouds Sun lights up the sky Hummingbirds fly Rain comes from the clouds Sun lights up the sky Hummingbirds fly Everything must change

Pequena dor de Rui Veloso

Luisa Sobral - Dor Pequena de Rui Veloso | Muziboo A tua pequena dor Quase nem sequer te dói É só um ligeiro ardor Que não mata mas que mói É uma dor pequenina Quase como se não fosse E como uma tangerina Tem um sumo agridoce De onde vem essa dor Se a causa não se vê Se não é por desamor Então é uma dor de quê? Não exponhas essa dor É preciosa é só tua Não a mostres tem pudor É o lado oculto da lua Não é vicio nem costume Deve ser inquietação Não a nada que a arrume Dentro do teu coração Talvez seja a dor de ser Só o sente que a tem Ou será a dor de ver É dor demais Certo é ser a dor de quem Não se dá por satisfeito Não a mates guarda bem Guardada no fundo do peito!

Letras de Luisa Sobral

Todo o poeta ou escultor Todo o actor ou escritor Sonha um dia amar assim Sonha ter alguém para si Todo o cantor, compositor Largava tudo por este amor Por um dia amar assim Por um beijo num banco de jardim Mas o amor não é para qualquer um Ser artista não é uma vantagem Os artistas amam um dia Vendo amor apenas de passagem Quando o poeta sentir a dor Da mais antiga história de amor Só então vai entender Porque Inês amou até morrer Mas o amor não é para qualquer um Ser artista não é uma vantagem Os artistas amam um dia Vendo amor apenas de passagem Vendo amor apenas de passagem ...

O tempo e o vento

Renoir. The Gust of Wind, 1872 "Como o tempo custa a passar quando a gente espera!  Principalmente quando venta. parece que o vento maneia o tempo" Erico Verissímo  in " O Tempo e o Vento - O Continente"

O lago avesso de Joana Bértholo

            “Uma sombra não é, com certeza, nada daquilo a que habitualmente chamamos sombra. Quando aqui dizemos sombra, não queremos dizer, obviamente, sombra. Não sugerimos que se trata da: DICIONÁRIO Parte de uma superfície Que deixou de receber luz Porque entre ela e o foco luminoso Se interpôs Um corpo opaco.             Não se encontrou ainda um dicionário que contenha todas as definições possíveis de uma palavra. Todas as definições íntimas, todas as definições mudas, todas as definições irónicas, todas as definições implícitas. À sombra do próprio dicionário existem todos os outros usos da palavra sombra. Falar de uma integral definição de sombra é falar do próprio dicionário:             _Não há nenhuma palavra que defina a palavra palavra;             _ A palavra ser por si só, pouco ou nada é;             _ Não há clareza acerca da claridade             _Definição não chega para se definir;             _O indizível nunca deveria ser di

Pina Bausch

“... É um ritual de abertura e de boas-vindas, o de a cada manhã se reunirem em volta de um círculo imaginado, ao centro do qual cada um à vez irá mostrar aos outros com o corpo, sem palavras, a resposta às costumeiras perguntas: Olá. Como estás hoje? Tudo bem contigo? Clara recusa-se a ir cumprimentar os colegas, afirma que: –Hoje não posso dançar. Todos se surpreendem. Após tantos meses juntos, é já evidente para todos que trazer o café pode ser uma forma perfeitamente válida de dançar; contar uma história pode ser uma forma de dançar; desenhar um sol com um sorriso sobre o gesso pode ser uma forma perfeitamente válida de ela dançar. Até mesmo dançar, pode ser uma ótima forma de dançar.      Nesta recusa Ella vê como começa a ter Clara no ponto onde lhe interessa ter Clara. Percebe como o tornozelo luxado não é um azar desatento, mas sim o corpo dela a anunciar algo, qualquer coisa que se quer finalmente dar a ver. Insiste com ela para que vá ao centro: –