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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2014

Simplesmente a consumir O2

“ Oh chega de decepções, estou tão machucada, me doem a nuca, a boca, os tornozelos, fui chicoteada nos rins. Um sopro de vida ”  Clarice

Lucy, cujo ancestral é um tetrápode

Esta coisa que se chama cérebro é uma entidade que existe no universo, muito complexa, pesa pouco mais de quilo e meio e faz de nós únicos. Andam por aí toneladas de neurolixo, e de neuro sem ser lixo, uma enormidade de informação sobre esse “órgão do pensamento” que nos fascina. Talvez porque o nosso grande fascínio sejamos nós mesmos. Nem sei muito bem quem matou aquela ideia de dualidade mente-cérebro, mas a verdade é que todos pensamos neste órgão como algo uma  complexo e não descolamos, nunca, da ideia de pensamento. A imagética do pensamento surge-nos sempre como uma amálgama de estradas (os neurónios) que se cruzam e entrecruzam. Fixamos sempre que eles, os neurónios, são milhões, assim como, as estrelas da Via Láctea. Esta ideia de espaço-infinito entranhou-se em nós, um cérebro do tamanho da Via Láctea. O mito dos 10% que conhecemos, conforta-nos mas sobretudo confronta-nos , passo a passo, com a nossa enorme ignorância. Credíveis estudos mostram, claram

19 de Agosto, Dia Mundial da Fotografia

Para muitos, as fotografias de Félix Nadar (pseudônimo de Gaspard-Félix Trounachon, 1820 – 1910), espelham uma certa excentricidade que, conta a história, fazia parte da sua personalidade. Jornalista e caricaturista, famoso pelos seus retratos e desenhos, mas mais que tudo pela sua imensa paixão pela técnica, ciência e aventura. Mesmo no início da década de 1850, em que já era um fotógrafo de renome, foram as suas extravagâncias que mais são referidas na sua biografia. Um dos exemplos, mais emblemáticos, é o edifício onde se situava o seu estúdio, que por exemplo, foi pintado de vermelho, transformando-se rapidamente num ponto de encontro da elite intelectual de Paris. cs

18 de Agosto de 2014

morreste-me. Mas a memória guarda-me o teu cheiro, as tuas mãos e o teu sorriso. Estás em nós e eu estou em ti. Eu jamais seria eu sem a tua presença constante na minha vida. Comparência que eu gostaria de poder prolongar. Mantenho a memória acesa com pedaços de imagens que me fazem sorrir.  Deixaste-te ficar em tudo...os teus movimentos, o eclipse dos teus gestos. E tudo isto é agora pouco para te conter. Agora, és o rio e as margens e a nascente; és o dia, e a tarde dentro do dia, e o sol dentro da tarde; és o mundo todo por seres a sua pele. José Luís Peixoto

Outros eus

quantos sou (?) é o que me pergunto... e me reconheço frágil ou me desconheço forte, indo para o sul sempre buscando o norte, sou poeta e professor, sou pai e filho, irmão, amigo e amor, sou palhaço e o que não sabe o que faço; sou vários, mas não sou todos, sou muitos, e não sei tudo. talvez não haja cadeira suficiente para meus eus. Igor Ravasco

Outros eus.

autor desconhecido "Sou os arredores de uma vila que não há, o comentário prolixo a um livro que se não escreveu. Não sou ninguém, ninguém. Não sei sentir, não sei pensar, não sei querer. Sou uma figura de romance por escrever, passando aérea, e desfeita sem ter sido, entre os sonhos de quem me não soube completar." Bernardo Soares   in Livro do Desassossego

Woolf, V.

A verdade é que eu  gosto  sempre  das mulheres. Gosto da falta de convencionalismo delas. Gosto da integridade delas. Gosto do anonimato delas. Virginia Woolf

Pensamites

Dois amantes , cada um com o seu diário, é uma cena grotesca, risível. Imaginá-los num quarto de hotel, um em frente ao outro, cada um a “fabricar” o   seu eu mais intrínseco, os seus infernos mais privados. cs

vou, vou sempre...

E é-me indiferente estar aqui. Sempre que posso fujo, fujo no olhar que cegou o meu. Porque eu fujo e vou com tudo aquilo que me chama e me toca. Vou com o azul dos olhos do marçano ali da esquina, vou com as folhas das árvores no Outono da minha rua, vou com a noite à procura da manhã sobre o rio. Vou pelos arranha-céus acima e contemplo dos altos terraços o sono esbranquiçado dos mortos. Vou com o teu corpo que me desgasta a memória doutros corpos e me transforma em esquecimento… vou, vou sempre, pela humidade dos cardos presos em tua boca. Al Berto

A vida não é a preto e branco

Existem dias não. Claro que existem dias não. Fazer pode provocar muitos mais danos do que sentir. Porquê? Porque o fazer se basta, é auto-suficiente. Quando te faço uma caricia que falha no quanto te quero o que falhei foi o  sentir. Ingrato gesto aquele que coloca todo o ónus da prova no sentir quando falhei o fazer. Desde sempre assim foi, os processos de julgamento dos outros enchem então o nosso saco de desilusões. Vem cá, olha-me nos olhos outra vez. Foi apenas um dia não. Existem dias sim. cs