Não que a palavra seja imperfeita, nem que, em face do visível, ela acuse um déficit que se esforçaria em vão por superar. Trata-se de duas coisas irredutíveis uma à outra: por mais que se tente dizer o que se vê, o que se vê jamais reside no que se diz; por mais que se tente fazer ver, por imagens, por metáforas, comparações, o que se diz, o lugar em que estas resplandecem não é aquele em que os olhos projectam, mas sim aquele que as sequências sintácticas definem. Ora o nome próprio, nesse jogo, é apenas um artificío: ele permite que se aponte com o dedo, isto é, permite passar sub-repticiamente do espaço em que se fala para o espaço que se olha, ajustando-os assim comodamente um ao outro, como se fossem adequados.Porém, se quisermos manter aberta a relação da linguagem e do visível, se quisermos falar não contra mas a partir de tal incompatibilidade, de tal modo que fiquemos o mais perto possível de uma e do outro, então é necessário pôr de parte os nomes próprios e permanecer no in...