Esta coisa que se chama cérebro é uma entidade que
existe no universo, muito complexa, pesa pouco mais de quilo e meio e faz de nós
únicos. Andam por aí toneladas de neurolixo, e de neuro sem ser lixo, uma
enormidade de informação sobre esse “órgão do pensamento” que nos fascina.
Talvez porque o nosso grande fascínio sejamos nós mesmos.
Nem sei muito bem quem matou aquela ideia de
dualidade mente-cérebro, mas a verdade é que todos pensamos neste órgão como algo uma complexo e não descolamos, nunca, da ideia de pensamento.
A imagética do pensamento surge-nos sempre como uma
amálgama de estradas (os neurónios) que se cruzam e entrecruzam. Fixamos sempre
que eles, os neurónios, são milhões, assim como, as estrelas da Via Láctea. Esta
ideia de espaço-infinito entranhou-se em nós, um cérebro do tamanho da Via
Láctea. O mito dos 10% que conhecemos, conforta-nos mas sobretudo confronta-nos , passo a passo, com a
nossa enorme ignorância. Credíveis estudos mostram, claramente, que a alma pode
ser um mal entendido, Dick Swaabe é disso um exemplo, na obra Somos os
nossos cérebros. Justifica o amor que os humanos têm à ideia de alma com o
medo da morte mas sobretudo a ideia arrogante de que somos tão importante que
algo de nós deve permanecer para além da nossa morte.
É facto, o nosso cérebro envelhece com a idade como
envelhecem as nossas artérias. Lembro-me, recorrentemente, que tenho a idade das minhas
artérias, mas nunca admito que o meu cérebro envelhece no mesmo ritmo. Agarro-me
com unhas e dentes a esta fantástica capacidade de plasticidade.
Foi de tudo isto que me lembrei com o filme Lucy de Luc Besson. Gostei do desempenho da Johansson, mas eu
gosto sempre. Os efeitos especiais remeteram-me para Terrence Malick e de como gosto dele,
a trama , uma boa ideia, mal explorada e cheia de imperfeições. Aquele mito dos
10%, que podem ser 5% ou 50%, atabalhoado e sem explicação, faz de uma boa
ideia um pouco mais que sofrível filme.
Comentários
Obrigada pela partilha de opinião.
um beijinho
é o meu olhar que sou uma crente na ciência :)