Não é mais que um conjunto de fenómenos que marcam, imprimem cicatrizes na pele, no olhar e na alma, e parece aos nossos sentidos que acontece. Mas é apenas na nossa cabeça que ele existe, que ele voa, que ele passa. Degastamo-nos, corpo e alma, como mostram as nossas rugas; deixamos para trás entretanto(s) em forma de memória. Aprendemos que o tempo não é igual sempre. Aprendemos enfim que "o tempo tem o tempo que o tempo tem ". Entre o fruto que apodrece e a passagem de uma nuvem, aprendemos tantos tempos. Frente a um mundo que corre este nosso tempo tornou-se uma construção conceptualizada em cada momento. Alguns dos nossos momentos acontecem num "LAPSO DE TEMPO". Cada nanomomento da nossa realidade (sendo este o tamanho da paragem do tempo) é memorizado de forma mais lenta do que aquela como a nossa memória o conta, à posteriori. O tempo constrói-se na reprodução das memórias. As memórias aceleram o tempo. As memórias tornam visíveis ...