A
Magia ao Luar, de Allen, vive entre a razão e a ilusão. Raramente Allen deixa a magia prevalecer à
razão. Aqui Allen confronta o seu lado
de convicto ateu com uma enorme curiosidade pela vida espiritual. Um céptico
que vê todas as suas certezas abaladas perante os feitos de uma garota com
inegáveis poderes mediúnicos. O céptico, exclusivamente crente da ciência, cai
num dilema existencial. Debate-se entre fé e racionalidade, entre Hobbes, Freud
e Nietzshe e a ideia de que a vida é esta coisa sem sentido, por um lado e por outro, a vida depois da morte. O que
nos espera?
A
comédia está aqui, um personagem montado nas certezas da ciência e a ter de
aceitar o outro lado, o lado dos tolos. E este facto, o lado dos tolos, permite
a felicidade e a alegria. Não equilibrando a magia e a razão, antes olhando a
magia como condição necessária para a vida de qualquer humano é o que fascina
nesta obra de Allen.
Ali
para a Riviera francesa nos anos 30, com um
guarda roupa soberbo, jardins e mansões riquíssimas e uma trama de cores
muito europeias são elementos simbióticos de que Allen se socorre fazendo-nos
acreditar que o cinema é a “melodia do olhar”. Um filme para cumprir calendário
e não mais que isso.
cs
Comentários
E os Maias? Não percebo tanto elogio, não é mau mas...já vi filmes portugueses bem melhores.
~CC~
Ainda não vi. Estou a tentar para a semana arranjar um tempinho :)