Sábado de manhã. Um dos poucos sábados que tenho
livre. E com turnos de 6 horas completar 40 horas, por semana, calculem bem: não saio do local de trabalho.
Mas dizia eu, um sábado de lazer deixou-me a preguiçar ou deambular entre a
loiça para lavar do jantar da noite anterior e o pequeno almoço em pé a olhar
para a TV (SIC). Optei por ouvir a
publicidade ao Expresso por um jornalista/ comentador (nunca sei bem o que eles
são).
Relevava o dito publicitário/comentador/jornalista
, no dito espaço noticiário/publicidade 3 artigos. A entrevista de José
Sócrates (a manchete da semana) na Revista; a entrevista ao prémio Nobel de 2003, J. M. Coetzee na
ATUAL ; uma reportagem sobre 25 humanos, na condição social de sem abrigo, que
vivem no aeroporto de Lisboa. Foi
suficientemente apelativo, e mesmo em estado de preguiça saí de casa e fui comprar o jornal EXPRESSO.
Deixei de comprar jornais à muitos anos. Fui uma
leitora compulsiva de jornais. Sou daquelas que tem a coleção toda da revista
KAPA. Mas fui construindo, isto que hoje sou, de outras
maneiras e os jornais ficando arredados do meu dia a dia, ou semana a
semana. Como muitas outras coisas, aliás.
A verdade é que senti prazer em voltar para casa
com o saco do EXPRESSO. Retirei tudo do
saco quando cheguei ( agora não fui para o café, como anteriormente o
fazia, acompanhada por outro compulsivo leitor de jornais que se ria enquanto
os desmanchava, sabia o quanto me enervava ler jornais todos desmanchados ...
memórias / saudades/ vida).
Mas dizia, retirei tudo o que continha o saco no
sofá da minha sala. Como há muitos anos , separei o que nunca leria – o jornal
AS BEIRAS e um livrinho de história de portugal – e depois iniciei,
paulatinamente, “re–costadamente” , despertando sabores no meu palato mental,
a separar o “conteúdo com conteúdo”.
Como algumas pessoas fazem com a comida, separar para o lado o que mais
gostam, eu sempre o fiz com o EXPRESSO. O
que mais gosto fica sempre para o fim. Ali, “guardadinho”. E depois, agora como antes, aquela angustia
de ler o menos gostoso e quando, por fim, ficava só com o mais apetitoso, pecar
e começar pela parte mais saborosa.
Neste caso, posso dizer que salivava pela
entrevista de José Sócrates, muito pela forma como me tinha sido vendido o
produto.
Os 3 cadernos mais apetitosos, que cito
aleatoriamente porque a ordem está de acordo com o estado anatómico da minha
alma, são: caderno principal, a REVISTA, a ATUAL.
Acabei de ler a entrevista ao ex-primeiro ministro
de Portugal, atual estudiosos de filosofia política.
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